Ano novo!

Na maioria das culturas, o fim de ano, representa encerramento de um ciclo, início e oportunidades para novas realizações, abandono de maus hábitos, encontro de sorte, novos amores, sucesso financeiro. Na véspera da virada desejamos a família e amigos, votos de prosperidade, saúde, alguns realizam rituais religiosos, promessas á divindades,  simpatias. Tudo repleto das melhores intenções, recheados de esperanças e renovação da fé para que o ano vindouro seja mais gentil e próspero.

De fato existe fundamento cientificamente comprovado que corrobora e atribui algum grau de eficiência em toda essa onda positivista que cerca o ano nascente. O curioso em tudo isso é que, do ponto de vista físico, o tempo é contínuo, ou seja, para o universo não existe início ou fim dos tempos.

A criação, com ou sem formas de vida, absolutamente existe e a passagem de segundos, horas, semanas, meses, anos, séculos ou eras, não significam, do ponto de vista físico e filosófico, diferença alguma no cosmo (Por favor, me entendam com cautela. Minha intensão jamais seria de desprezar religiões, superstições ou qualquer outra forma de interpretação da passagem ou significância do tempo). Ocorre que nós, seres humanos, temos um tempo de vida muito curto quando comparado a idade do planeta Terra, por exemplo, que tem cerca de 4,5 bilhões de anos.

Tenho uma notícia para você que a princípio pode parecer triste e cruel, mas na verdade pode representar uma forma mais interessante de aproveitar a vida. Pensando friamente, diante dos bilhões de anos da Terra e outros dos 14 bilhões de anos do universo, em meio a incontáveis planetas, estrelas, galáxias, nossas vidas representam menos que 1 grão de areia.

Diante da idade da Terra, se existíssemos ou não, lamento informar, mas não faria a menor diferença. Ora, isso não invalida ou inutiliza nossa contagem dos anos, pois, diante da finitude de nossas vidas, faz muito sentido marcar nossos feitos durante a existência. Contudo, organizamos esse mecanismo com a finalidade de, de certa forma, diminuirmos a dor de nossa ínfima relevância frente a criação. Essa sobrevalorização de nossos anos e os marcos que determinamos para que um dia sejamos realmente felizes e realizados, também não faz sentido algum.

Diante da infinitude do universo em contrapartida com a brevidade de nossas vidas, qual é a razão plausível, que tanto nos faz procrastinar a felicidade? Qual a razão lógica que nos faz acreditar piamente que um ano será melhor que outro, uma vez que o tempo é contínuo?

Criamos uma unidade de medida de tempo arbitrária com duração de 365 dias, onde, ao final desse período esperamos que coisas melhores aconteçam. Por que não podem acontecer agora mesmo?

Para o planeta Terra e para todo o Universo, os dias/o tempo, são iguais!!! Com isso quero dizer que suas oportunidades de alegria, realizações, conquistas, mudanças de hábitos, não precisam ficar esperando 365 dias para acontecerem ou se iniciarem. Esse fato lhe confere um enorme poder pois você não é escravo do calendário  afim de realizar mudanças que te alegrem ou façam evoluir!!!

Liberte-se de certas máximas populares que na realidade são meros convites a procrastinação e inércia. Você não é obrigado a iniciar dieta ou academia só na segunda-feira, ou 1 mês antes do verão, ou só para entrar no vestido de madrinha de casamento. Você não precisa começar a investir ou poupar, apenas quando for rico. Você não precisa esperar 5 anos para pedir perdão por uma ofensa cometida.

Você não é obrigado a esperar pelo dia dos namorados para dizer que a ama. Em suma, você está vivo, o tempo é um “continuum” que pouco se importa com sua existência, portanto, faça o mesmo com ele, ou seja, deixe que os dias passem, mas não dependa deles para ser feliz ou buscar a felicidade. Busque, viva e procure alegria aqui e agora.

Tendo dito isso, desejo a todos um feliz ano todo!!!

Por: Dr Frederico Félix