Alguma vez você já se sentiu culpado por estar feliz?
Apesar de parecer um paradoxo, muitas pessoas experimentam essa sensação. Em meio a tantos acontecimentos ruins ao redor, em certas ocasiões, pode-se não conseguir distinguir afetos pois, em nome das dores de terceiros, pode-se sentir vergonha por sorrir.A complexidade dos sentimentos humanos também perpassa por essa zona cinzenta.
Quem nunca sorriu num velório? Contou uma piada enquanto visitava um familiar hospitalizado? Achou graça quando um amigo bateu o carro? Sem mencionar as “vídeo cacetadas” que animam as tardes de domingo. Esse fio de alegria que insiste em resistir dentro da emoção humana, é bem diferente do sadismo ou mera indiferença a dor alheia. Antes, é uma sofisticada ferramenta de sobrevivência que nos permite relativizar as dores e agruras inerentes a existência sobre a Terra.
Nosso destino final é comum, ou seja, até onde se saiba, todos nascemos para um dia morrermos e, ao contrário dos outros animais, somos dotados da consciência de nossa finitude. A capacidade de sorrir e desfrutar com prazer os momentos da existência, conferem a cada de nós a incrível capacidade de lidar com o fato de sabermos que somos finitos.
Diante da dor, sofrimento e injustiças, muitos se habituam tanto a sensação de mal estar que, quando sentem alguma felicidade ou refrigério na alma, envergonham-se e aumentam seu estado de alerta, aguardando pela próxima notícia ruim. Acostumamo-nos a nos sentir mal. Não deveríamos.
Permita-se sentir prazer, aceite que também é um ser humano e digno das pequenas e grandes alegrias, sentir-se bem é normal. Mesmo quando as coisas não vão bem ao seu redor, e até com você, pode brotar um sorriso ou alguma sensação de paz. Abrace essa sensação, desfrute esse momento, como tudo na vida, ele também passará. Como a tristeza dói muito, por vezes parece eterna, mas não é.
Tristezas e alegrias são sensações transitórias, emoções que merecem, igualmente serem vividas. Não somos capazes de reter nenhuma dessas emoções, somos como fios condutores de corrente elétrica, devemos deixar que a energia passe por nós e siga seu fluxo. Viva a alegria sem culpa ou vergonha. Você é digno.
Por: Dr Frederico Félix
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