Cientistas da Universidade de Tel Aviv descobriram que as plantas são capazes de emitir ruídos ultrassônicos quando submetidas a situações de estresse, como a privação de água ou o corte dos seus caules.

A pesquisa foi publicada nesta terça-feira (30) na revista científica “Cell”. A equipe gravou sons produzidos por mudas de tomate e tabaco cultivadas em estufas. No entanto, apesar de terem sido captados pelos instrumentos de medição usados pelos cientistas, os sons não são audíveis para os humanos.

As principais descobertas do estudo são:

  • As plantas emitem cliques e estalos na faixa de 40 a 80 quilohertz (kHz) (o ouvido humano só consegue captar sons até uma faixa próxima 20kHz);
  • Os ruídos puderam ser captados em uma distância de até 5 metros de distância;
  • Plantas que tiveram seus caules cortados ou que estavam sem água emitiram mais “barulho” e em maior velocidade.
  • Quando estão bem, elas produzem menos de um som por hora. Quando estressadas, emitem muito mais, entre 30 e 50 por hora.

 

Para conseguir esse resultado, os cientistas treinaram um algoritmo de inteligência de artificial que identifica a planta e a causa do estresse com base no tipo de ruído apresentado.

Os sons podem ser captados a uma distância entre 3 e 5 metros e ficam mais altos conforme a planta passa por privação de água. — Foto: Reprodução/Cell

Os sons podem ser captados a uma distância entre 3 e 5 metros e ficam mais altos conforme a planta passa por privação de água. — Foto: Reprodução/Cell

Pedido de socorro

 

Os sons são emitidos com mais frequência após dois dias sem água, atingindo o pico no quinto ou sexto dia e só diminuindo quando a planta seca.

Ainda não se sabe como esses sons são produzidos, mas os cientistas suspeitam de um processo chamado cavitação, onde as colunas de água em caules de plantas desidratadas se quebram, gerando bolhas de ar.

Essa descoberta pode ser útil para tornar a irrigação mais eficiente. Com o uso de microfones e sensores será possível detectar quando as plantas estão precisando de mais água.

Fonte: g1