A psicopatia gera grande interesse e até certo fascínio devido a alguns desfechos surpreendentes atribuídos a essa condição.

Trata-se de transtorno psiquiátrico grave e com implicações que podem trazer impactos seríssimos incluindo morte. Sim, existem graus diferentes de psicopatia e nem todo antissocial será um serial killer.

O transtorno consiste numa ausência de empatia, ou seja, o indivíduo antissocial não consegue se colocar no lugar da pessoa a qual ele causa sofrimento. Essa falta de empatia leva o antissocial a ver no outro um mero meio de obter prazer, ascensão social, poder, vantagem ou diversão.

O antissocial faz o que for preciso para alcançar seu objetivo e satisfazer seu desejo, seja ele qual for. O psicopata é desprovido de arrependimento ou remorso e o potencial perigo representado por indivíduos com esse transtorno é que, em sua busca para satisfazer seu gozo, eles usarão de quaisquer meios.

Existe a especulação de que psicopatas tenham QI mais elevado do que a média da população mas isso não corresponde à realidade. O que se sabe factualmente é que psicopatas, apesar de não sentirem remorso ou empatia, sabem mimetizar (imitar/fingir) emoções para dessa forma enganar as pessoas e conquistar aquilo que lhe trará prazer. Portanto mentiras, estelionatos, intrigas são expedientes usados corriqueiramente por indivíduos antissociais. Eles têm um padrão de negação de culpa permanente, sempre que são pegos em seu comportamento desviante, eles negam sua culpa ou responsabilidade e transferem a culpa para a vítima ou outras entidades. Se ele mentiu, roubou, matou, enganou e foi pego em flagrante, vai negar veementemente ou usar de artifícios para transferir ou justificar a natureza de suas ações.

O psicopata pode sentir raiva ou frustração por não conseguir concretizar o ato que lhe traz gozo, contudo é incapaz de sentir culpa, ele não se arrepende, não fica deprimido, não comete suicídio. O que vemos é um padrão de reincidência no comportamento desviante não importando quantas vezes ele seja flagrado ou punido. Por exemplo, um político que mente e pratica corrupção sistematicamente, já foi condenado diversas vezes, perdeu mandato, mas sempre que retorna repete o mesmo padrão de comportamento e diz ser inocente ou transfere a culpa para terceiros.

Trata-se de transtorno que só pode ser diagnosticado a partir dos 18 anos de idade, mas alguns comportamentos na infância e adolescência podem dar indícios do transtorno. Em crianças, o TOD (Transtorno Opositor Desafiador) e nos adolescentes, o Transtorno de Desvio de Conduta, podem ser sinais de alerta. Ainda não se sabe a causa desse transtorno o que se sabe é que tratamento psicológico ou psiquiátrico costumam ser pouco eficazes pois o psicopata não busca tratamento, afinal ele não sente culpa tampouco acredita que algo esteja errado com ele, a culpa é dos outros que se deixam roubar, enganar, trair. A depender do grau da psicopatia o único manejo consiste em apartar essa pessoa da sociedade devido ao risco que representa para os demais.

Por: Dr Frederico Félix