Talvez essa seja a mais icônica das doenças psiquiátricas haja visto a severidade dos sintomas que podem acometer o paciente. O transtorno também se faz emblemático pois no imaginário popular, traduz-se como a figura simbólica da “loucura”. Informação e psicoeducação vão lentamente desfazendo preconceitos e retirando de nosso vocabulário termos preconceituosos, imprecisos e ofensivos. Assim como não se chama uma pessoa com hanseniase de leprosa, também não se classifica uma pessoa esquizofrênica como louca.

A palavra que nomeia a doença tem raiz grega onde schizo, significa quebra, fenda, cisão, separação; e phrén, significa espírito, inteligência. Ou seja, unindo os radicais, temos algo como “quebra da inteligência”, “separação da razão”.

A doença tem prevalência de cerca de  1% na população, possui ainda forte canal genético, ou seja, de maneira geral há mais de 1 esquizofrênico na mesma família. O transtorno pode ainda ser desencadeado por traumas, abuso de álcool e/ou outras drogas. Geralmente se manifesta no início da vida adulta e, infelizmente, configura-se em doença crônica, ou seja, ainda sem uma cura definitiva até o momento sob ponto de vista médico. Os fatores potencialmente complicadores desse transtorno são a sintomatologia e o elevado grau de incapacitação que podem gerar na pessoa acometida. Devido a severidade dos sintomas, familiares da pessoa acometida podem também adoecer do ponto de vista da saúde mental, haja visto o difícil manejo de um esquizofrênico.

Os principais sintomas são delírios; crença absoluta em coisas que são reais apenas para o paciente. Os delírios mais frequentes são os persecutórios, de conspiração, traição e vigilância. A pessoa pode acreditar firmemente que está sendo observada, filmada, que outros estão tramando contra ela, que está sendo traída pelo cônjuge, que alguém vem matá-la. Também se manifestam sintomas psicóticos nos quais a pessoa experimenta alucinações, mais comumente auditivas mas também pode vivenciar alucinações visuais. Em geral ouve vozes ou voz que fala coisas ruins, xinga, grita, deprecia, ordena autoagressão.

O acometido pode ainda apresentar comportamento inadequado, pensamentos desorganizados que se traduzem num discurso estranho e não conectado com a realidade que as outras pessoas estão vivendo. Mesmo com tratamento adequado, infelizmente, muitas vezes a pessoa acometida não consegue voltar a desempenhar funções que realizava antes da manifestação da doença, daí o caráter altamente incapacitante da doença. A seriedade do transtorno exige ainda mais compreensão , acolhimento e tratamento adequado, por parte de médicos e sociedade em geral. Tratamento adequado, na maior parte das vezes, traz alívio dos sintomas, inserção social e melhor convívio familiar.

Por: Dr Frederico Félix

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