Imagem ilustrativa: meditação/ silêncio

Tradições de monges tibetanos já compreendem há séculos a importância do silêncio. Ao longo do processo de desenvolvimento das sociedades, parece que estamos perdendo cada vez mais rápido a capacidade de silenciar. Recebemos diariamente volumes de informações em quantidades impossíveis para processamento. Diz-se que, informação sem tempo para elaboração, gera ansiedade. Ou seja, quando somos expostos a uma quantidade de novos estímulos que supera a capacidade cerebral de processamento, tornamo-nos pessoas mais angustiadas.

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Somos instados a emitir opiniões o tempo todo. A avalanche de notícias, direta ou indiretamente, demandam um posicionamento de cada individuo, uma tomada de decisão, uma emissão de opinião, um “like” ou “deslike”. Devido a tal frenesi de novidades, não apenas falar torna-se algo imperativo, mais grave que isso, os próprios pensamentos tornam-se inquietos, frenéticos, acelerados.

É notório em nossa sociedade o número crescente de pessoas que confessam que sentem que seus pensamentos nunca silenciam. Na prática psiquiátrica uma queixa recorrente em consultório, é a de pessoas com dificuldade de concentração, memorização e evocação de conhecimento (dificuldade para lembrar-se de coisas que já sabe), tudo isso creditado a agitação mental descrita como sensação de que todos os pensamentos acontecem simultaneamente, lembrando uma multidão que fala ao mesmo tempo, uma verdadeira Babel repleta de cacofonia onde sempre há ruído, mas nunca compreensão.

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Outra incômoda sensação descrita frequentemente, é a constatação de que os pensamentos não param durante a noite e madrugada. Em muitas pessoas essa sensação vem acompanhada da temível insônia. Outros descrevem a impressão de um sono não reparador; “Dr, parece que eu dormi e quando acordei, o último pensamento da noite anterior já emenda com o primeiro da manhã seguinte. A minha mente não desliga e sempre acordo com a cabeça cansada.” Diante do exposto, parece que seria bastante sensata, uma busca no sentido de limitar nossa exposição a tantos estímulos visuais, sonoros, informativos.

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A busca em direção a uma mente menos intranquila, passa invariavelmente, pela melhora da qualidade dos estímulos aos quais submetemos nossos cérebros. Informação não é sinônimo de qualidade e tentar “saber de tudo”, não é garantia de controle, pelo contrário, na maioria dos casos piora sintomas de ansiedade. Com isso não pretendo fazer apologia a alienação, antes, gostaria de fazer um convite a seletividade. Da mesma forma que o corpo se beneficia de alimentos saudáveis e exercício, também a mente, provida de informações selecionadas, tem mais chance de funcionar adequadamente.

Por: Dr Frederico Félix

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