Vivemos numa era de superexposição. Nunca foi tão rápido e fácil obter informações, compartilhar imagens, saber sobre a vida dos outros, compartilhar fatos sobre si mesmo.
A democratização tecnológica propicia velocidade na troca de informações, contudo, nem sempre isso representa benefício em termos de saúde mental e não são raros os exemplos de pessoas que se tornaram dependentes de redes sociais, tiveram suas vidas devassadas, sofreram cyberbullying, cancelamentos, linchamentos virtuais etc.
Além da possibilidade de ser vítima da potencial virulência das redes, não é incomum que acabemos sendo superestimulados a buscar padrões estéticos, de consumo e comportamento que são irreais. Dessa forma uma tremenda carga de frustrações pode ser gerada como efeito colateral da exposição demasiada às metas veiculadas nas redes.

Beleza física, sucesso financeiro, vida afetiva bem-sucedida, filhos perfeitos, viagens, restaurantes, festas, amigos. Tudo isso e muito mais tornam-se comodities no mercado das redes. É um convite extremamente tentador adentrar no mundo virtual onde a avaliação é rápida e baseada na aparência.
Sua vida aparente ganha validações de estranhos na forma de curtidas, isso estimula a que se poste cada vez mais, podendo assim, se expor cada vez mais, inclusive de forma excessiva ou não verdadeira. A finalidade não é somente a do compartilhamento da experiência, o desejo último é obter validação, despertar inveja, alimentar narcisismo, ostentar.
Algumas pessoas tornam-se de fato dependentes do celular e das redes sociais. Assim como viciados em álcool ou outras drogas, a pessoa necessita compartilhar e expor tudo que faz durante o dia. Fotografa e compartilha incessantemente, não solta o aparelho inclusive na hora das refeições, conectado permanentemente, alimentando-se dos comentários a respeito de sua suposta vida. A vida projetada, idealizada. As experiências reais tornam-se secundárias pois a pessoa mal vive ou desfruta as ações nas quais está envolvida uma vez que sua atenção está absorvida no ato de postar imagens e aguardar as recompensas (curtidas/comentários).

Estudo realizado na Inglaterra pela universidade de Notthingham Trent, revela que jovens em média verificam seus celulares 85 vezes num dia. Isso significa aproximadamente 5 horas por dia navegando na internet gerando em média 2000 toques por dia na tela do celular.
Esses números dão a dimensão do quão escravos podemos nos tornar das tecnologias que supostamente foram criadas para nos deixar mais livres, termos mais tempo para desfrutar a vida, amigos e família.

Adolescentes e jovens são os mais vulneráveis aos perigos representados pela hiperexposição as redes sociais e alguns estudos já demonstram a maior incidência de depressão e ansiedade em jovens que são viciados em redes sociais/celular.
Diante desses fatos, torna-se salutar estar atento aos perigos que podem estar ocultos na exposição excessiva as telas. A vida merece ser vivida e não apenas postada.
Por: Dr Frederico Félix
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