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Após publicação da exoneração do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Leite Valeixo no Diário Oficial de hoje, o Ministro da Justiça Sérgio Moro, pediu demissão na manhã dessa Sexta-feira (24/04).

Desde a tarde de ontem já havia rumores dessa possível demissão de Moro, pelo fato do mesmo não concordar com exoneração de Valeixo, seu braço direito. Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer o ministro a recuar da decisão. Se Valeixo sair, Moro sairá junto, segundo aliados do ministro.

Valeixo foi escolhido por Moro para o cargo. O ex-diretor-geral é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato. Desde o ano passado, Bolsonaro vinha ameaçando trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.

Em seu pronunciamento, Moro lembrou que o Presidente Jair Bolsonaro havia prometido carta branca dentro do Ministério. Ressaltou em seu pronunciamento todos os projetos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, apresentados durante seu período de atuação como Ministro, e ainda destacou a diminuição da violência no Brasil.

Sérgio Moro, afirmou que desde o segundo semestre de 2019, passou haver discordâncias entre ele e o Presidente, em relação as escolhas técnicas para alguns cargos, ressaltando porém que o único cargo que ele de fato indicou foi o diretor-geral da PF, e que discorda totalmente de indicações políticas para cargos técnicos e prejudicial para o andamento de toda instituição.

Ao final, ressaltando a quebra da promessa de “carta-branca” , Moro disse que a intenção do Presidente seria fazer várias trocas na instituição em vários setores. Afirmou que em conversa com Bolsonaro, disse não haver motivos para as trocas e nem tão pouco haver interferências políticas na PF.

O Presidente Jair Bolsonaro deseja ter participação direta na Polícia Federal, recebendo informações relacionadas a todas investigações que estiverem em andamento pela PF e que inclusive tem interesse no curso a seguir de alguns processos que estariam em andamento. Moro afirmou, não ser apropriada intenção do Presidente, e não considerou essas as razões das trocas na PF.

Sérgio Moro, disse que ficou sabendo da exoneração do diretor-geral pelo DO. Disse ainda, que não poderia aceitar essas substituições, em respeito a sua biografia e em respeito a lei e a autonomia da PF, sem interferência politica. Diante disso, disse não ter como continuar com o compromisso assumido, estando por isso encaminhando sua carta de demissão ao Presidente. Afirma, torcer para que o próximo ministro seja escolhido de forma imparcial.

“Independente de onde eu esteja, estarei a disposição do país… sempre respeitando o mandamento do Ministério da Justiça , que é fazer a coisa certa.” Finalizou o Sérgio Moro.