Você já ouviu falar sobre distimia? Talvez você conheça pessoas que sofrem com esse transtorno sem saberem que se trata de uma condição psiquiátrica que merece atenção e pode ser tratada. Convive com pessoas taxadas como “chatas”, intransigentes, mau humoradas, “preguiçosas” tristonhas, “do contra”, pessimistas? Pois é, você pode estar diante de um distímico.
A distimia, também conhecida como Transtorno Depressivo Persistente, configura-se num quadro de depressão duradoura, mas muitas vezes com sintomas mais brandos do que os observados em episódios agudos de depressão. Geralmente essa condição tem início na adolescência ou no adulto jovem, com duração de pelo menos 2 anos. Como os sintomas são duradouros e não muito intensos, tende-se a acreditar que aquela forma da pessoa se comportar faça parte de sua personalidade.
Os sintomas observados podem envolver tristeza, irritabilidade, impaciência, isolamento social, baixa esperança, sensação de inadequação, vergonha, incapacidade, medo. Também podem estar presentes alterações alimentares e do sono. Comumente nota-se que a pessoa que sofre com distimia tende a ter menor escolaridade pois perde a esperança ou interesse pelos estudos, e os prejuízos não param por aí. Distímicos também podem ser mais solitários pois desistem dos relacionamentos ou são abandonados pelo(a) parceiro(a) que não suporta viver com a pessoa “chata”/”mau humorada”. Podem ter menor renda, mais dificuldade em manter-se no emprego, menor sucesso profissional. As perdas para o distímico podem ser inúmeras e muito sérias incluindo risco aumentado para suicídio.
O diagnóstico não é fácil pois como a pessoa sofre, mas “vai levando”, acaba demorando muito a reconhecer que está passando por um problema sério e que o fato de se sentir mal não é seu jeito de ser, não é um traço de sua personalidade.
O tratamento fundamenta-se em medicação, psicoterapia e melhora dos hábitos de vida. Distimia não é uma “depressão fraquinha”! Pode ser mais grave do que episódio depressivo agudo pois acompanha a pessoa durante anos.
Caso você, ou alguém do seu convívio ou conhecimento, apresente algum dos sintomas acima mencionados busque ajuda médica. Você não está sozinho (a).
Frederico Félix