Tem livros que chegam de mansinho, sem grandes alardes, mas que, quando percebemos, já tomaram conta da gente. Café Tangerine , de Emanuela Anechon, foi exatamente assim para mim. Peguei o livro achando que seria só mais uma leitura rápida para preencher o tempo, mas, algumas páginas depois, já estava completamente envolvida.

A escrita de Anechon tem um quê de intimidade, como se estivéssemos ouvindo um amigo querido contar sua história entre goles de café. A trama, apesar de pequena no tamanho, é grande no que entrega: uma jornada sobre vida, perdas, recomeços e aqueles momentos que, de tão simples, se tornam inesquecíveis.

E não se engane pelo tom delicado. Há camadas nessa história. Café Tangerine não tem medo de tocar em temas pesados, daqueles que fazem a gente respirar fundo antes de virar a página. Mas, ao mesmo tempo, há uma leveza na forma como tudo é contado. É um livro que aquece e aperta o coração na mesma medida.

Quando terminei, fiquei ali, segurando o livro por mais alguns minutos, refletindo sobre tudo o que tinha lido. E essa é a grande beleza dele: Café Tangerine não é apenas uma história que passa por nós, mas algo que fica, que se mistura com as nossas próprias experiências e que, de alguma forma, muda um pedacinho da gente.

Se você procura uma leitura rápida, mas cheia de significado, este livro é para você. Prepare um bom café ou, quem sabe, um chá de tangerina e deixe-se levar por essa história que, mesmo sem fazer barulho, sabe exatamente como nos alcançar.