Se você nunca ouviu falar de “A Parte que Falta” e de sua continuação, “A Parte que Falta Encontra o Grande O”, de Shel Silverstein, prepare-se para embarcar em uma jornada de reflexão com doses generosas de humor e simplicidade.

Esses livros são a prova de que histórias infantis podem carregar mais significado do que muitos tratados filosóficos por aí.

Comecemos pela primeira parte: “A Parte que Falta”. Nela, somos apresentados a um círculo incompleto que, como muitos de nós, está em busca daquela peça que acredita ser a chave para sua felicidade. Ele rola (literalmente) pelo mundo, cantando uma canção sobre como vai encontrar a parte que falta e, assim, ser completo. A busca é divertida, cheia de aventuras e encontros inusitados, mas o que nos pega é a mensagem por trás da simplicidade: a felicidade não está necessariamente em encontrar uma peça externa, mas em aproveitar a jornada.

E quando a gente acha que Shel Silverstein já nos fez refletir o suficiente, ele nos presenteia com a continuação: “A Parte que Falta Encontra o Grande O”. Agora, a nossa parte solitária percebe que nem sempre ser encontrado é a resposta. O Grande O – um círculo completo – mostra que, mesmo imperfeita, a Parte que Falta pode rolar sozinha, aprender e se transformar até encontrar sua própria forma. A mensagem é clara e tocante: não somos metades esperando por um complemento, somos inteiros em potencial, prontos para nos moldar.

A beleza dessas obras está em como Silverstein combina uma linguagem simples e ilustrações minimalistas para abordar questões tão profundas, a busca por pertencimento, o encontro com a autossuficiência e o poder da evolução pessoal. E o mais incrível? Ele faz isso sem precisar de nada mais do que desenhos de um círculo sorridente e linhas contagiantes.

Portanto, da próxima vez que estiver buscando algo que te preencha, seja um livro, um café ou aquele pedaço de pizza que ficou faltando, lembre-se das lições de “A Parte que Falta” e “A Parte que Falta Encontra o Grande O”.

Talvez a graça não esteja em achar a parte perdida, mas em aprender a rolar pelo caminho.