Neste domingo (8) se comemora o Dia Nacional de Combate ao Colesterol e a primeira mensagem importante para a população é que faça a dosagem do seu perfil lipídico, exame que identifica irregularidades em lipídios como colesterol e triglicerídeos.
O diretor de Prevenção da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Marcelo Assad, disse à Agência Brasil que o colesterol alto é uma alteração que não dá sintomas e é o principal fator de risco para o desenvolvimento das doenças arteriais, seja o infarto, o acidente vascular cerebral (AVC), que é o derrame cerebral, ou a doença arterial periférica.
“Então, é muito importante que o indivíduo faça a dosagem pró-ativa, para saber como está o seu colesterol”, orientou Assad. Segundo o cardiologista, o indivíduo a quem deveria ser obrigatório fazer a dosagem de forma seriada é aquele que tem história na família de colesterol alto, quem tem história familiar de infarto ou AVC, ou ainda aquele indivíduo que já teve algum desses problemas. “Esses, obrigatoriamente, têm que ter o seu perfil dosado no colesterol”.
Outra mensagem importante é a partir de que idade deve-se dosar o colesterol nas crianças. “A gente sabe que a partir dos 10 anos de idade, toda criança no início da adolescência deve ter o seu perfil de colesterol dosado, porque existe uma situação que não é incomum, onde tem o componente familiar de colesterol alto”. Nos indivíduos que têm pais ou parentes próximos que tiveram doenças cardiovasculares com colesterol elevado, a recomendação é que a dosagem seja feita a partir do segundo ano de vida. “Isso é importante para a gente tentar estratificar aquelas pessoas que têm colesterol alto”, comentou o médico.
De acordo com o cardiologista, as crianças de hoje são menos ativas fisicamente, tendendo ao ganho de peso precoce, o que contribui para um distúrbio global, no qual o colesterol está presente. Por isso, é importante ter alimentação adequada para as crianças e que elas façam atividade física regular desde pequenas, para que ganhem esse hábito ao longo da vida.
Estimativas
As estimativas apontam que de 8% a 10% da população têm colesterol alto. Marcelo Assad chamou a atenção para a importância de se entender que a alimentação tem participação significativa no colesterol alto. Entre 20% a 30% de todo o colesterol vêm da alimentação. Segundo ele, mais de 70% a 80% do colesterol são o próprio fígado que produz.
“É fundamental que o indivíduo tenha uma vida saudável, com alimentação balanceada, não fumando, controlando a sua pressão, fazendo exercício, tentando diminuir o estresse e não acumulando peso ao longo da vida, para a gente tentar diminuir a chance de eventos cumulativos. Mas é muito importante dosar o colesterol e o médico definir qual é o risco desse indivíduo, para que possa traçar se ele vai precisar de remédio ou não para o resto da vida”, disse o diretor da Socerj.
O colesterol será um dos temas de debate durante o 38º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), que acontecerá no período de 9 a 12 deste mês, em formato 100% virtual.
Pela vida
O Instituto Lado a Lado Pela Vida (LAL), fundado em 2008, sugere que uma mudança no estilo de vida pode ajudar a diminuir as taxas de colesterol na população e, em consequência, reduzir o risco de doenças cardiovasculares. O LAL é uma organização social brasileira que se dedica às duas principais causas da mortalidade, que são o câncer e as doenças cardiovasculares, além de realizar intenso trabalho relacionado à saúde do homem.
Dados do Ministério da Saúde apontam que quatro em cada dez brasileiros têm colesterol alto e 20% dos adolescentes, de 12 a 17 anos, também têm índices elevados.
“A quantidade elevada de glicose no sangue, o aumento da pressão arterial, juntamente com o colesterol elevado, aumentam a probabilidade da formação de placas que obstruem as artérias. E, nesse quesito, as dicas que compartilhamos também ajudam a controlar tais comorbidades”, alertou o cardiologista Fernando Costa, membro do Comitê Científico do LAL.
Costa reforçou que as orientações são voltadas para a diminuição do LDL (colesterol ruim) e aumento do HDL (colesterol bom) e que é importante manter o calendário de consultas, tanto para quem utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS), como para os pacientes da saúde suplementar. O HDL carrega as gorduras das artérias para o fígado, já o LDL transporta do fígado para os tecidos e pode se acumular nas artérias.
Além de não fumar, ter alimentação saudável, praticar exercício físico, controlar o estresse e estar atento ao peso, o LAL dá outras duas dicas para manter o colesterol baixo. A primeira é evitar alimentos ultraprocessados, que são ricos em gordura saturada, o que interfere diretamente no aumento do colesterol ruim (LDL) no organismo. Entre os principais estão as comidas congeladas (batata frita, lasanha, nuggets), fast food em geral e salgadinhos. Por outro lado, as pessoas devem incluir na dieta alimentos oleaginosos, como as castanhas, nozes e pistache, que elevam a quantidade de HDL (colesterol bom) no organismo.
Fonte: Agência Brasil-EBC